Morar no exterior é um longo, para não dizer eterno, processo de reconstrução que envolve mudanças culturais, sociais e econômicas. Um verdadeiro renascimento. Como se não bastasse lidar com a saudade de tudo aquilo que deixamos para trás, também precisamos enfrentar o intenso e doloroso processo de construção de uma nova vida em um cenário totalmente diferente. Precisamos entender quem somos naquele novo contexto, quem desejamos de ser, quais valores vamos deixar pra trás ou incorporar, deixar de lado vários preconceitos... A realidade é que nos desconstruímos para nos reconstruirmos.
Nascemos e fomos criados em determinado contexto cultural, com padrões e crenças que carregamos ao longo de toda nossa vida. Estamos habituados com cheiros, lugares, sabores, sons, pessoas... Saímos na rua e tudo nos parece familiar. A partir do momento que abandonamos a nossa zona de conforto e partimos em busca de uma vida no exterior, nascemos de novo. Aos poucos, vamos deixando de ser quem éramos para criar um “novo eu”. Claro que não perdemos nossas raízes e nem esquecemos de pessoas, experiências e lembranças que deixamos para trás. Porém, não podemos negar que um verdadeiro processo de transformação é iniciado.
Essa reconstrução pode ser dolorida para muitos. Ouso dizer que nenhum imigrante passa ileso. É importante ter em mente que a vida é uma eterna reconstrução. A cada dia, novos pedaços são incorporados e outros abandonados. Não temos opção. Com certeza, viver isso longe do lugar que chamamos de lar e daqueles que amamos é muito desafiador. Os problemas, desafios e frustrações existirão. Cabe a nós lidar de forma saudável, principalmente cuidando da nossa saúde mental.
Identifique se você está passando por esse processo no momento e se ele está sendo muito doloroso e desafiador. Converse com alguém próximo e avalie se você precisa de ajuda profissional.
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Quem escreve:
Camila Couto e Cruz é psicóloga com formação em Gestalt-Terapia e doutorado em Psicologia Social pela University of Queensland; uma das 50 melhores universidades do mundo, de acordo com o QS World University Ranking.
Camila trabalha com psicoterapia na modalidade online, atendendo brasileiros que vivem no exterior através de uma abordagem dinâmica, voltada para a autorregulação e ajustamento criativo do indivíduo.
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